quarta-feira, 16 de setembro de 2009

MULHER SOB MEDIDA

As mulheres são capazes de fazer loucuras para emagrecer. Quantas eu já fiz para ficar um palito... Mas tem sentido? O primeiro dos meus sacrifícios foi óbvio: deixar de comer as delícias deste mundo. Resisti bravamente a todos os pasteizinhos fritos na hora com uma cervejinha, a uma empada quentinha, saindo do forno, a um brigadeiro derretendo na boca. Quando penso, vejo o absurdo.

Dá para, em nome de uma magreza – que inventaram que é obrigação –, abrir mão do enorme prazer que é comer? Aliás, quando foi que começou essa mania? Se você for a qualquer museu do mundo, os quadros exibem mulheres gordas, e não conheço um homem – fora os que trabalham com moda – que não dê valor a um bumbum grande, para passar a mão com ar de dono, ou a uns peitos fartos (mas que sejam obra da natureza). E nem estamos falando das telas de Botero.

De onde veio essa invenção? Acho que os costureiros fizeram uma reunião secreta para decretar como devem ser as mulheres só para infernizar nossa vida. Pessoalmente, não conheço nenhum homem que deseje levar Kate Moss para a cama; em compensação, pergunte a qualquer um o que acha da Jennifer Lopez.

Houve um tempo em que eu quase desmaiava na rua de tanta fome. Bebia só água o dia inteiro, à noite tomava uma sopa de alface sem sal e era muito infeliz. Depois de várias semanas de jejum quase absoluto, botei na boca metade de uma bolacha de água e sal. Pensei que fosse morrer de tanta felicidade. Mantinha uma balança no quarto e me pesava três vezes por dia. Que tempos aqueles!

O pior é que mulher não tem personalidade. É para ficar magra? Então vamos lá. Ponha quatro almoçando juntas e elas só têm três assuntos: dieta, ginástica e homem (falta de). Isso comendo uma salada temperada com limão. Assim passei vários anos, mas numa bela manhã acordei pensando que a vida podia ser um pouco melhor. Fui a uma confeitaria, pedi um chocolate quente com creme, bolo de laranja, torradas com queijo ralado e vi que a felicidade existia. Decidi que ia ser gordinha, porém feliz. E os quilos foram chegando.

Danuza Leão

Um comentário:

saulo bittencourt disse...

Aquelas mulheres gordas, lá do museu, davam tesão aos homens da época. Os cabras eram macho de verdade. Esse negócio de um cara só querer desfilar com uma mulher magérrima, é porque ele quer exibir um manequim, um troféu. O homem que gosta de mulher, gosta mesmo é volume. Se uma gordinha cruzar as pernas na minha frente, com uma saia curtinha, meu pau fica duro na hora. Se demorar mais um pouquinho eu fico todo melado. Coxa grossa, bundinha cheinha, peitinho volumoso; isso, sim, é que endoidece um homem macho. Mai pia bem, eu sou dos anos 50. Ih! rapai, me dá uma borrachinha aí. Carai, agora num dá mai, já falei...