sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

A GREAT DAY FOR FREEDOM

Existem fases pelas quais todo mundo passa. Tipo as moléres naquela (tão temida pelos homens) de querer um bebêzinho e uma casinha com cerquinha e plantinhas até mais do que possam querer dinheiro ou o próprio homem, e os hombres enquanto lobos teimando em querer comer a chapeuzinho, if you know what I mean. Mas tem aquela que vem SEMPRE, mais cedo ou mais tarde, e se não vem cedo vem tarde, e aí geralmente fica feio por bosta.

Tipos tiozão com carro tunado, regata e óculos espelhado e tiazona com silicone e sutiã de oncinha, ambos agitandinho bacanamente com os amigos dos filhos na balada. Então, na minha cabeça é tudo negada que pulou a tão bela e mágica fase que chamaremos aqui de FREEDOM RUN.

Eu não sou o ser mais vivido cronologicamente falando, mas se tem uma coisa que eu já vi por aí foi essa fase chegar, e nos mais variados casos.

Com 14 eu já não era das mais controladas, mas conheci uma garota que deixava todas as minhas wildices no chinelo. A menina vivia um pouco aqui, um pouco lá, pelas casas de parentes espalhadas pelo Brasil, fazendo o que dava na cabeça, no melhor estilo go with the flow. O cara por quem ela era apaixonada era um hippie chamado Sol que morava na praia, e ela tinha todas pra contar, inclusive sobre sexo, botando medo ou lenha na fogueira pro resto da galera, que ainda estava no ninho.

Só que hoje ela tem um filho e não tem aqueeeela estabilidade, que só acontece com um pouco de raiz e regras, principalmente naquela fase.

Quanto aos tiozões e tiazonas, um motivo comum é tipo fulana que casou cedo e dedicou o tempo e a vida aos filhos e marido, e mesmo assim a coisa falhou, fazendo a moça, já não tão moça, querer experimentar tardiamente os prazeres da vida.

Mas esse exemplo é bem default. Nem precisa ser uma vida, basta dedicar alguns anos a um relacionamento que não funfou como era esperado. O período seguinte sempre vira uma desvairada busca pela liberdade. O famoso “recuperar o tempo perdido”.

Eu acho que é uma fase necessária, porque você precisa saber até onde pode e quer ir sozinho, e do que é capaz de fazer, seja cagada pra servir de lição, seja score, e talvez a melhor época seja mesmo ao ingressar na faculdade, mudar de cidade (como a Bottanzinha está fazendo agora), que é quando você vai realmente descobrir quem você é longe de qualquer coisa que já te fizeram acreditar ser. Mas enfim, quem controla o timing, né?

Porque se você já entrou e saiu da faculdade, já mudou de cidade e voltou pra casa, já começou e terminou longos e insignificantes relacionamentos, tem mais é que fazer aquele favor de levantar essa bunda gorda da cadeira e tentar descobrir outra vez por onde ir, antes de ir procurar o amor no bate papo do UOL, sala 20 a 30.

Já parou pra pensar que se tivesse nascido míseros 20 quilômetros longe de onde nasceu, provavelmente jamais teria encontrado o fulano ou a fulana que talvez ainda estejam te impedindo de seguir?

Sabe a bunda gorda na cadeira? Então, são as suas pernas que a sustentam.

Substantivolátil

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