terça-feira, 22 de abril de 2008

VIAGENS DE VERÃO

A viagem pode ser uma maneira de celebrar a juventude, a falta de compromissos, ou pode ser uma volta da vida, uma liberdade conquistada depois de anos de dever, mas sempre carrega a idéia de que a vida pode ser diferente, afirma a jornalista Luciana Peker na introdução de uma série de relatos de viagem publicados pelo jornal argentino Pagina 12.

Por uma série de circunstâncias pessoais e profissionais, sempre tirei férias no verão – muitas vezes com uma ponta de inveja de quem pode sair do trabalho em pleno mês de maio, por exemplo. Viajar, nem que seja um simples fim de semana na serra, sempre contém a fantasia de tornar-se outra – viver outra vida, experimentar outros lugares, comidas, culturas, hábitos. É forma inteligente de manter-se informado, atualizado e flexível – é preciso estar disponível para o desconhecido, mesmo que essa exigência seja apenas ter jogo de cintura na hora de comer num restaurante local.

Durante muito tempo, alimentei o sonho das férias absolutas – uma categoria para lá de ilusória. Não existe a possibilidade de suspender, mesmo que seja por um curto período de tempo, o trabalho de viver. As coisas estão completamente interligadas e são inseparáveis. Temos obrigações mesmo quando estamos convencidos de que apenas nos divertimos.

Hoje, auxiliada pela tecnologia, decidi fazer exatamente o contrário e aceitar que o período de descanso é mesmo amalgamado com o de trabalho. A partir de hoje a até meados de fevereiro, esta coluna passará a ser atualizada a partir do balneário de Búzios, onde estou descansando sem estar de férias.

Carla Rodrigues

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